Espetáculo: "Arruda com Alecrim"
Cia Oops!
A alegria explode na apresentação das
personagens, em “Arruda com Alecrim”!
É bonito notar como as atrizes Sol
Silveira e Thamis Rates, juntamente com os atores João Bosco Amaral e Francisco
Nikollay, ganham o público desde o primeiro segundo da encenação. Todos são carismáticos, movendo-se
com habilidade tanto nos momentos mais animados quanto naqueles mais densos.
A direção
de Sandro Freitas, é excelente sob todos os aspectos. Ele conseguiu “maestrar” um espetáculo
que nos conduz ao interior de Goiás, em muitos momentos nos vemos andando nas
ruas tendo contato com moradores interioranos. Uma sensação bastante prazerosa.
Muitas gargalhadas foram arrancadas pelos
personagens, que com um texto muito bem escrito, trás uma linguagem bastante
peculiar de quem mora na fazenda. Mas , não se trata de uma cidade de interior?
Ou a história se dá na fazenda? Vamos pensar de moradores da fazenda que se
mudaram para o interior... a miscelânea ficou muito engraçada e cativante.
“Arruda com Alecrim” trata-se de uma história de
amor, nos moldes de Romeu e Julieta. Clichê? Jamais! Aí está a genialidade do
espetáculo. O conjunto da obra cria um espetáculo inédito, com uma comédia natural,
sem apelações, onde fica evidente a inocência de cada tipo apresentado.
Thamis – a atriz em todos personagens que
interpretou mostra grande presença de palco. Ela migra do extremo da doçura,
para a personalidade colérica. A sensação é que tivemos duas atrizes diferentes
no palco... mas não é que era a mesma? A espetacular Thamis!
Francisco – Consegue ser um velho, que tinha tudo
pra ganhar a antipatia do público, mas o contrário acontece: todos ficam
torcendo para que esteja no palco. E só em aparecer, as risadas começam . Em
algums breves momentos ao vê-lo em cena, ainda percebemos resquícios de
personagens de outros espetáculos, mas isso se torna insignificante perto do
sucesso que Nikollay está em “Arruda com Alecrim”.
João Bosco Amaral – Há 6 anos atrás, quando não o
conhecia, tinha outros “ídolos” teatrais. Não consigo ser neutro ao escrever
críticas sobre João, pois minha admiração ao seu trabalho me impede de olhá-lo
com outros olhos, que não sejam de contemplação. João Bosco em “Arruda com
Alecrim” nos emociona, nos passa inocência e pureza, provoca gargalhadas e nos
contagia com seu olhar apaixonado pela sua amada. Muito importante salientar
sua atuação ao lado de Nikollay, a relação entre pai e filho torna-se um dos
pontos altos do espetáculo. O público gosta muito de vê-los juntos... os dois
atores? Ou os personagens pai e filho? Não sei , mas as cenas foram
maravilhosas entre eles. João Bosco consegue se superar a cada personagem.
Qual o limite para esse ator? Tomara que eu nunca descubra...
Sol – Quem é Sol? Não a vemos no espetáculo. O
que visualizamos são personagens maravilhosos que nos hipnotiza. A pessoa Sol
Silveira desaparece ao entrar um personagem masculino com sua construção vocal
e corporal. Não foi preciso força para acreditar que ali estava um rapaz. Mas a
mente sempre insiste: ei, não é homem é a Sol! E quando isso acontece,
impossível não rir, essa talvez seria a mágica da cena. Ei quando pensamos que
a Sol iria até o final do espetáculo como um personagem masculino, eis que
surge a Sol feminina, inocente, apaixonada e decidida a conquistar o coração de
todos. Sua presença como moça interiorana rica e apaixonada, nos leva a viver
com ela, a linda e impossível história de amor de sua vida. Simplesmente...
emocionante! Impecável a atuação da grande Sol Silveira.
E não podemos esquecer da musicalidade do espetáculo,
com cada ator tocando um instrumento. Perfeito!
Parabéns a todos envolvidos na construção desse
maravilhoso espetáculo... GOIANO!!!!!!!!!!!!!
Por Jaime Júnior