domingo, 2 de setembro de 2012

O CORPO


É a partir do trabalho com o corpo que o ator encontrará um caminho mais seguro e direcionado se quiser uma melhor compreensão de todo seu aparato criativo, uma vez que nosso corpo é aquilo que, de fato, se relaciona com o mundo exterior, e através dos órgãos sensíveis (tato, paladar, olfato, audição e visão) capta fragmentos deste mesmo mundo que serão absorvidos por nosso cérebro e transformados em sensações.
Stanislvaski, como alguém que combatia o gesto vazio, a ação física estereotipada, vazia de sentido e sentimento, acabou por discorrer longamente em seus livros (fundamentalmente nos três que falam diretamente sobre o trabalho do ator: A Preparação do Ator, A Construção da Personagem e A Criação de um papel) sobre os aspectos que podemos chamar de “interiores” na arte de representar, como a memória, o sentimento de verdade, a comunhão, a imaginação, etc. Entretanto, ao analisarmos, como tive a oportunidade de fazer, seus escritos com uma maior paciência e olhar crítico, iremos perceber que o caminho que leva a experimentação de todos estes aspectos interiores abordados pelo diretor russo é ação física, ou seja, o pontapé inicial da criação do ator é a partir do corpo.

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